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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

CANCIONEIRO  DE  BURLAS
A Cantiga de Escarnio e Maldicir. 

 

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Estátua de D. Afonso X

 

D. AFONSO X

Portugal  )

 

Toledo, 1221 — Sevilha, 1284|

foi rei de Castela e Leão de 1252 a 1284, e ainda imperador eleito do trono do Sacro Império (1257-1273), ainda que nunca tenha exercido o cargo de facto. Foi um dos maiores trovadores e poetas de língua galego-portuguesa, tendo chegado até nós 44 cantigas suas, na sua maioria satíricas, bem como as Cantigas de Santa Maria.

 

VIEIRA, Yara Frateschi.   POESIA MEDIEVAL. LITERATURA PORTUGUESA.   São Paulo: Global, 1987.  208 p.  (Coleção literatura em perspectiva.  Série Portuguesa)        Ex. bibl. Antonio Miranda

 

40] Non me posso pagar tanto

do canto
das aves nen de seu son,
nen d'amor nen de ambiçón
nen d'armas -ca hei espanto,
por quanto
mui perigoosas son,
-come dun bon galeón,
que mi alongue muit'aginha
deste demo da campinha,
u os alacrães son;
ca dentro no coraçón
sentí deles a espinha!

E juro par Deus-lo santo
que manto
non tragerei nen granhón,
nen terrei d'amor razón
nen d'armas, por que quebranto
e chanto
vén delas toda sazón;
mais tragerei un dormón,
e irei pela marinha
vendend'azeit'e farinha;
e fugirei do poçón
do alacrán, ca eu non
lhi sei outra meezinha.

Nen de lançar a tavolado
pagado
non sõo, se Deus m'ampar,
aquí, nen de bafordar;
e andar de noute armado,
sen grado
o faço, e a roldar;
ca máis me pago do mar
que de seer cavaleiro;
ca eu foi ja marinheiro
e quero-m'oimais guardar
do alacrán, e tornar
ao que me foi primeiro.

E direi-vos un recado:
pecado
nunca me pod'enganar
que me faça ja falar
en armas, ca non m'é dado
(doado
m'é de as eu razõar,
pois-las non hei a provar);
ante quer'andar sinlheiro
e ir come mercadeiro
algũa terra buscar,
u me non possan culpar
alacrán negro nen veiro.

 

 

 

[41]

Joán Rodríguiz foi esmar á Balteira
sa midida, per que colha sa madeira;
e diss'ele
*: «Se ben queredes fazer,
de tal midid'a devedes a colher,
assí e non meor, per nulha maneira».

E disse: «Esta é a madeira certeira,
e, demais, non na dei eu a vós sinlheira;
e, pois que s'en compasso ha de meter,
atán longa deve toda de seer,
que vaa per antr'as pernas da'scaleira.

A Maior Moniz dei ja outra tamanha,
e foi-a ela colher logo sen sanha;
e Mari'Aires feze-o logo outro tal,
a Alvela, que andou en Portugal;
e ja i a colheron ena montanha».

E diss': «Esta é a midida d'Espanha,
ca non de Lombardía nen d'Alamanha;
e, porque é grossa, non vos seja mal,
ca delgada pera gata ren non val;
e desto mui máis sei eu ca Abondanha».

 

       RL  11  (CBN  481) 

       *O CBN (fac-similse) traz: disse.  Rodrigues Lapa optou por disss´ela 
provavelmente por razões de métrica, embora as regras anafóricas  
e o sentido exigiam ele como sujeito de disse.    

 

 

 [42]

O genete
pois remete
seu alfaraz corredor:
estremece
e esmorece
o coteife con pavor.

Vi coteifes orpelados
estar mui mal espantados,
e genetes trosquiados
corrían-nos arredor;
tiinhan-nos mal aficados,
ca perdían-na color.

Vi coteifes de gran brío
eno meio do estío
estar tremendo sen frío
ant'os mouros d'Azamor;
e ía-se deles río
que Auguadalquivir maior.

Vi eu de coteifes azes
con infanções siguazes
mui peores ca rapazes;
e houveron tal pavor
que os seus panos d'arrazes
tornaron doutra color.

Vi coteifes con arminhos,
conhocedores de vinhos,
que rapazes dos martinhos,
que non tragían senhor,
saíron aos mesquinhos,
fezeron todo peor.

Vi coteifes e cochões
con mui máis longos granhões
que as barvas dos cabrões:
ao son do atambor
os deitavan dos arções
ant'os pees de seu senhor.           


RL  21  (CBN 491)

 

 

                                  

 

 

*

 

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Página publicada em abril de 2023

 

 

 


 

 

 
 
 
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